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UM POUCO DE HISTÓRIAEm 20 de janeiro de 1502, o genovês Américo Vespúcio
navegou pela primeira vez pelas águas do canal, batizando a Ilha de
São Sebastião. Depois disso, portugueses e ingleses aportaram em suas
praias. Até os piratas fazem parte de sua história, contribuindo com
suas lendas e mistérios. Segundo relatos do inglês Anthony Knivet, o
pirata britânico Thomas Cavendish (1555 - 1592) teria enterrado, nas
areias da Praia dos Castelhanos, um fabuloso tesouro, roubado da Vila
de São Vicente, no Natal de 1591. Três séculos depois, em 03 de setembro de 1805, a Ilha
se emancipou politicamente, recebendo o nome de Villa Bella da Princesa.
Não a Isabel, mas da Princesa da Beira, membro da corte portuguesa.
Por volta da metade do século XIX, sua economia baseou-se no plantio
de cana-de-açúcar, e as grandes fazendas proliferaram por suas terras
férteis. Lembranças desse tempo estão no Engenho D’água, que fica na
praia homônima, onde, até hoje produz-se aguardente de cana. Ainda nessa época, a proibição
do tráfico negreiro fez da Ilha, com sua localização estratégica, o
local ideal para o desembarque de escravos contrabandeados. Com a abolição definitiva da escravatura, a monocultura da cana deu lugar ao café. Mas, já no início desse século, a decadência da exportação do grão fez com que os ilhéus adotassem a agricultura e pesca de subsistência. Sorte da flora e fauna local. Sem a intervenção do homem, grande parte da Mata Atlântica devastada pelos ciclos da cana e do café regenerou-se. Release Turismo
Ilhabela,
um arquipélago de pura DIVERSÃO. Depois de passar os olhos sobre esse título, o leitor
certamente vai se perguntar: Ilhabela, um arquipélago? Isso mesmo. Essa
Ilha, bem popular entre os paulistanos é, oficialmente, a Ilha de São
Sebastião, parte de um conjunto de ilhas que somam 340 quilômetros quadrados
de área e cerca de 140 quilômetros de costa. Para quem se interessa,
a outras ilhas são Ilha de Vitória, Ilha de Búzios e os ilhotes: Sumítica,
Castelhanos, Lagoa, Galhetas, Figueira, Codó, Prainha, Cabras e Serraria.
Cerca de 85% de todo esse território de clima convidativo (a temperatura
oscila em torno de 23ºC) faz parte do Parque Estadual de Ilhabela, que
garante a preservação de uma das últimas e mais belas reservas da Mata
Atlântica (declarada reserva da biosfera pela UNESCO). A localização é privilegiada. A Ilha fica a 230 quilômetros
de São Paulo e 350 do Rio de Janeiro. A partir da capital paulista,
o trajeto mais fácil é pela Rodovia dos Trabalhadores, em seguida
Carvalho Pinto e, por fim a Rodovia dos Tamoios. Outras opções
são as rodovias Rio-Santos e Mogi-Bertioga. O serviço de Ferry Boats,
inaugurado na década de 50, tornou a Ilha mais acessível aos turistas.
São quatro balsas com capacidade para até quarenta
carros, que fazem, em apenas vinte minutos, o percurso São Sebastião
- Ilhabela. O serviço impressiona por sua pontualidade: a cada meia
hora, sai uma balsa de cada lado. A DERSA ainda oferece o serviço de
travessia com hora marcada com no mínimo 24 horas de antecedência. Confira
pelo telefone 0-800-555510. Secretaria Municipal da Cultura
Fone: (12) 3896 1747 / 3894 2105 – E-mail: ilhabela.cultura@iconet.com.br Riqueza Cultural
Além do patrimônio natural, Ilhabela preserva a riqueza
da cultura caiçara. Resultado do contato entre diferentes povos-europeus,
indígenas e negros. A cultura caiçara se manifesta na arquitetura das
casas, no artesanato, nas embarcações de pesca e nas festas populares
como a Congada de São Sebastião e outras manifestações folclóricas animadas
pela “cirandinha” e “quebra-chiquinha”. Uma trilha de cachoeiras
Antigos caminhos usados pelos caiçaras levam a todos
os cantos da Ilha Na área do Parque
está implantada a Trilha da Água Branca, com 2.145 metros de extensão.
A Estrada dos Castelhanos é a referência desta trilha de dificuldade
média. Como atrativos, o visitante observa a riqueza da vegetação da
Mata Atlântica como a figueira, pau-jacré, guapuruvu, manacá-da-serra,
e quaresmeira. Um pouco de sorte e inúmeras espécies de pássaros, como
o tangará, o trinca-ferro, a araponga e o pica-pau podem seer observados,
como também o caxinguelê, uma espécie de esquilo que se alimenta de
sementes. Mas as cachoeiras e as piscinas naturais de águas cristalinas
são o grande espetáculo e um convite irresistível ao visitante. O poço
da Pedra é a primeira delas, que fica a pouco mais de 100 metros do
início da trilha. A 500 metros fica o Poço da Escada e, na sequência,
a ducha e o tobogã. O poço do Jabuti é a última das piscinas a 1400
metros do começo da caminhada. Parque Estadual
de Ilhabela
Observar atentamente a natureza numa ilha oceânica é entender um pouco
a evolução da vida sobre a Terra. Praias exuberantes. Cristas e picos
de montanhas com mais de 1300 metros de altitude cobertos de floresta.
Milhares de córregos e riachos que se lançam pelas encostas em mais
de 250 cachoeiras de todos os tamanhos.
Rios que serpenteiam a planície litorânea formando manguezais em busca
do mar. Ilhas, grandes e pequenas, ilhotas e lajes que abrigam uma rica
e diversificada flora e fauna. Todos esses cenários podem ser desfrutados
no Parque Estadual de Ilhabela. Os 27.025 hectares do Parque englobam 85% do município
de Ilhabela, a Ilha de São Sebastião (sede do município), as ilhas de
Búzios, da Vitória entre outras que compõem o arquipélago que integram
a rede de Unidades de Conservação administrada pela Secretaria do Meio
Ambiente através do Instituto Florestal. Parque Estadual – Fone: (12) 3896 2660. A Capital da Vela e dos esportes náuticosMuita água, vento, praia de todos os tipos. Esses ingredientes
fazem da Ilhabela um centro de atividades aquáticas. Para os amantes da vela, as condições são perfeitas:
o sistema de ventos e correntes adequado à
pratica deste esporte faz do canal uma verdadeira raia de competições.
Dependendo da direção do vento, os velejadores podem estar na Ponta
das Canas, Praias da Armação ou do Pinto, Ponta Azeda, Engenho D’água
e Perequê. E, todos os anos, no mês de julho, acontece a Semana de Vela de
Ilhabela, evento de repercussão internacional entre os velejadores,
que neste ano comemora sua 26ª Edição. Só mais uma prova de que esse
é o lugar ideal para velejar: ninguém menos do que o campeão olímpico
da classe laser Robert Scheidt elegeu a Ilhabela como o seu refúgio
e “pista de treinos”. Mas não precisa ser fera para navegar por aqui,
há escolas de iatismo que oferecem cursos básicos de vela. Já os mergulhadores se concentram em frente ao ilhote
das Cabras, um Santuário Ecológico Submarino. Sem falar na costa Sul,
conhecida como “Triângulo das Bermudas da América do Sul”. Lá, é possível
mergulhar entre navios naufragados como o brasileiro “Atílio” (1905),
o britânico “Whator” (1909) ou o espanhol “Príncipe das Astúrias”(1916). Outras Praias acolhem os mergulhadores como a Praia
do Jabaquara, Pacuíba, Portinho, Feiticeira, Prainha, Remanso, Indaiatuba,
Enchovas, Serraria, Fome e Poço. E não pára por aí. O espaço para o surf fica reservado
para as Praias de Castelhano e Bonete. Para chegar até Castelhanos,
é preciso encarar uma trilha de 20 km que pode receber jipes, motos
e, com alguma dificuldade carros de passeio. Para o Bonete, só indo
a pé ou de barco. A pesca oceânica em mar azul é mais um esporte nobre
praticado na Ilha. Como nos Estados Unidos, a maioria desses peixes
é devolvida ao mar, depois de receber uma identificação (Tag and Release
System) . Trata-se de um ato de profundo respeito à natureza. A pesca
costeira também é bem explorada na Ilha, principalmente nos meses de
inverno, onde a enchova é o peixe mais procurado. Outra opção é o ecoturismo, com passeios organizados por mais de dez receptivos turísticos (telefones úteis em anexo), que dispõem de equipamentos de mergulho e pesca, lanchas, escunas, jipes e até cavalos. São inúmeras trilhas que levam às cachoeiras como a da Laje ou da Toca, ou aos picos de escalada como o Baepi, com 1025 metros de altitude. Os exploradores podem se deliciar com um total de 70 quilômetros de costa virgem com acesso exclusivo por mar. A presença do famoso borrachudo torna indispensável a esse tipo de passeio o óleo de citronela ou produtos repelentes. Mesmo assim, a incidência do inseto já diminui cerca de 80% na região do canal de Ilhabela, graças à aplicação de um larvicida biológico nas nascentes das cachoeiras. Esta campanha de controle vem sendo realizada pela Prefeitura de Ilhabela, com intermédio da Secretaria do Meio Ambiente, com supervisão estadual da SUCEN. |